O Vinho na Bíblia

4 comentários


Introdução

 

A finalidade deste estudo é pesquisar no Livro Santo para saber o que ele tem a nos dizer sobre o uso do vinho.

Se a Bíblia não se pode contradizer em seus ensinos, como iremos harmonizar declarações aparentemente contraditórias como estas: o uso da vinho é uma maldição, o uso do vinho é uma bênção. Essa aparente contradição escriturística levou os editores de O Novo Dicionário da Bíblia a afirmarem: "Esses dois aspectos do vinho, seu emprego e seu abuso, seus benefícios e sua aceitação aos olhos de Deus e sua maldição estão entrelaçados na trama do Antigo Testamento de tal modo que o vinho pode alegrar o coração do homem (Sal. 104:15) ou pode fazer a mente errar (Isa. 28:7). O vinho pode ser associado ao regozijo (Ecl. 10:19) ou à ira (Isa. 5:11); pode ser usado para descobrir as vergonhas de Noé (Gên. 9:21) ou, nas mãos de Melquisedeque pode ser usado para honrar a Abraão (Gên. 14:18)."

Se estas duas possibilidades antagônicas provêm do vinho é fácil concluir que a Bíblia apresenta duas espécies distintas de vinho. A primeira espécie seria o vinho não fermentado, o puro suco de uva que pode ser uma bênção. A outra espécie é o vinho fermentado, intoxicante, causador de muitos problemas sociais como discórdia, miséria, destruição da vida, por isso vários escritores bíblicos o condenaram com veemência.

O que diz a Bíblia? O que dizem os exegetas e os comentaristas sobre este problema?



O Vinho no Velho Testamento

 

Três vocábulos distintos são empregados no Antigo Testamento para designar três espécies de vinho.

1º) Yayin – Gên. 9:21.

É o mais usado, porque aparece nada menos de 140 vezes. Esta palavra é empregada indistintamente sem considerar se o vinho é fermentado ou não.

2º) O segundo vocábulo é Tirôsh, empregado 38 vezes. Ao contrário da palavra anterior, esta indica que o vinho não é fermentado! Algumas vezes é traduzido como vinho novo ou "mosto". Deut. 12:17.

3º) Shekar é a terceira palavra usada. Tem a conotação negativa, normalmente é traduzida por bebida forte. Os escritores do Velho Testamento a empregam 23 vezes. Prov. 31:6 – "Dai bebida forte (shekar) aos que perecem, e vinho (yayin) aos amargurados de espírito."

Seria interessante saber que na Septuaginta (tradução do hebraico para o grego, feita por setenta sábios judeus) a palavra "oinos" foi empregada para traduzir as hebraicas Yayin e Tirôsh, mas nunca para shekar ou bebida forte.

Seventh-day Adventist Bible Dictionary, pág, 1.150 declara com muita propriedade:

"Arão e seus filhos, os sacerdotes, foram estritamente proibidos de beber vinho ou bebida forte ao entrarem no tabernáculo para ministrar diante do Senhor (Lev. 10:9). Os nazireus eram igualmente proibidos de unir vinho enquanto estivessem debaixo do voto (Núm. 6:3, 20; confira Juízes 13:4-7). Os recabitas viveram um exemplo digno de nota de abstinência permanente do vinho, aderindo estritamente ao mandamento de seu ancestral, Jonadabe, para abster-se dele (Jer. 35:2, 5, 8, 14). O livro de Provérbios está repleto de advertências contra indulgência com o vinho e bebida forte (veja capítulos 20:1; 21:17; 23:30, 31; 31:4 etc.). O vinho zomba daqueles que o usam (cap. 20:1), e os recompensa com ais, dores, lutas e feridas sem causa (cap. 23:29, 30). 'No seu fim morderá como uma serpente, e picará como um basilisco' (v. 32). O profeta Isaías declarou: 'Ai dos que do heróis para beber vinho, e valentes para misturar bebida (Isa. 5:22). Daniel e seus compatriotas deram um digno exemplo pela recusa de beber o vinho do rei (Dan. 1:5, 8, 10-16). Ao jejuar posteriormente, Daniel absteve-se de carne e vinho (cap. 10:3)."

Não é possível terminar esta parte do comentário, sem enfatizar mais uma vez: existem no Velho Testamento as mais variadas advertências dos grandes perigos advindos do uso do vinho e bebidas fortes. Dentre estas advertências as que mais se agigantam são as apresentadas por Salomão no livro de Provérbios (20:1; 20, 21 e 30).



Vinho no Novo Testamento

As referências ao vinho nesta segunda parte da Bíblia são mais escassas do que as encontradas no Velho Testamento.

Os escritores do Novo Testamento também empregaram três vocábulos gregos, que podem ser traduzidos para a nossa língua por vinho: oinossikeragleulos . Destas três a mais usada éoinos (aparece 36 vezes), tendo o mesmo sentido de Yayin no hebraico, e que na Septuaginta, como já vimos traduz também o hebraico Tirôsh. A palavra sikera aparece apenas uma vez em Luc. 1:15 – "João Batista não bebia vinho (oinos) nem bebida forte (sikera)." De modo idêntico o vocábulo gléukos só foi usado uma vez em Atos 2:13. Outros zombando diziam: "Estão cheios de mosto (gléukos)."

O principal problema no estudo do vinho é este: embora a 1íngua grega seja especialista em empregar palavras distintas para idéias diferentes, ela não possui uma palavra para vinho com álcool e outra para vinho sem álcool. O Novo Testamento emprega oinos tanto para o vinho fermentado como não fermentado.

 

O Vinho Usado por Jesus na Última Ceia

Podemos afirmar com certeza que o vinho usado por Jesus nesta ocasião não era fermentado. Esta afirmação é conclusiva da Bíblia pelo seguinte:

Na cerimônia da páscoa não devia haver fermento em nenhum compartimento da casa, desde que este é o símbolo do pecado. Se os pãos asmos não continham fermento como o próprio nome indica, é fácil concluir que o vinho também não podia conter fermento. A leitura das seguintes passagens nos levam a esta conclusão: Gên. 19:3; Êxodo 13:6-7; Lev. 23:5-8; Luc. 22:1. Tanto o vinho da ceia como o das bodas em Caná da Galiléia não era fermentado, porque Jesus jamais aceitaria partilhar daquilo que é tão fortemente condenado na Bíblia. Todas as igrejas cristãs tradicionais conservam o costume de usar o vinho sem fermento para simbolizar o sangue de Cristo, oferecido por nós na cruz, para remissão de nossos pecados.

 

Estudo de Duas Passagens

I. I Tim. 3: 8. – "Não inclinados a muito vinho."

Embora este conselho de Paulo seja difícil de ser explicado, se pensarmos bem sobre ele, e se o pesquisarmos em fontes sadias, concluiremos o seguinte:

O termo grego usado é oinos, empregado em O Novo Testamento, como já vimos, para o vinho fermentado e não fermentado. Se Paulo aqui se refere ao vinho fermentado, ele está em contradição com suas próprias declarações quanto ao cuidado do corpo (I Cor. 6:19 e 10: 31) e em oposição à orientação geral da Bíblia no tocante a bebidas intoxicantes (Prov. 20:1; 23:29-32; João 2:9). Como bem pondera o Comentário Adventista, se sua referência era ao uso do suco de uva não havia necessidade desta advertência.

Neste conselho Paulo adverte aqueles que exercem liderança dentro da comunidade cristã para não incorrerem neste vício, porque este os incapacitaria para o correto desempenho de sua tarefa.

Estas e outras passagens correlatas seriam bem compreendidas quando se pondera no seguinte: Deus deseja o nosso afastamento das bebidas com álcool, mas o ser humano, muitas vezes, se afasta desta orientação, daí a constante advertência dos mensageiros de Deus para que os seus filhos o evitem.

II. A Problemática Passagem de I Tim. 5:23.

Os defensores da abstinência total têm se preocupado muito com esta passagem. Se o verso de I Tim. 5:23 for analisado no seu contexto ele jamais deverá ser usado para liberar o uso do vinho fermentado.

The Interpreter's Bible, vol. XI, pág. 445 comentando este verso declara:

"Sendo que na ocasião o vinho era considerado como útil na medicina indicado na cura de uma variedade de doenças, a prática da abstinência total significa renúncia ao vinho não apenas como uma bebida, mas também como um remédio. Esta prática é prejudicial, diz o autor: Tendo Timóteo um estômago fraco ou por causa de suas freqüentes enfermidades, ele não devia hesitar em usar um pouco de vinho."

"O verso ilustra muito bem o senso comum, o ponto de vista moderado do autor. Ele não defende nenhum vinho como prazer. A religião é demasiado séria para isto. Mas quando ela chega a recusar remédio, ele traça-lhe um limite.''

SDABC apresenta sobre esta passagem os seguintes esclarecimentos:

"Alguns comentaristas crêem que Paulo aqui defende o uso moderado de vinho fermentado para propósito medicinais. Chamam a atenção para o fato de que aquele vinho assim tem sido usado através dos séculos. Outros sustentam que Paulo se refere ao suco de uvas não fermentado, arrazoando que ele não daria conselho inconsistente com o resto das Escrituras, que advertem contra o uso de bebidas intoxicantes (veja Prov. 20: 1; 23: 29-32)." vol. VII, pág. 314.

O estudo da passagem de 1 Tim. 5: 23 nos leva à conclusão de que neste caso Paulo está tratando de um caso isolado e especial – um problema de doença. Em suas demais epístolas ele sempre defendeu total abstinência do vinho, como nos comprovam Rom. 14:21 – ". . . é bom não beber vinho..." Efésios 5:18 "... Não vos embriagueis com vinho. . ."

Não é justo alguém apoiar-se nesta passagem para defender o uso do vinho com álcool.

Do excelente folheto "Vinho", de autoria de Walter G. Borchers, destacamos estas judiciosas palavras concernentes a este verso:

"Os que querem beber vinho que contém álcool, não obstante a proibição bíblica, no seu desespero lançam mão, por último, de um só texto (eu diria dois, sendo o outro I Tim. 3:8), a saber, I Tim. 5:23. Mas, vamos ao texto. Descobriremos logo que o jovem pregador Timóteo, que conhecia as Sagradas Escrituras desde a sua infância, era um consciencioso e rigoroso abstêmio; também, que ele tinha a infelicidade de não andar bem de saúde, tendo estômago fraco e sofrendo freqüentes indisposições; e que S. Paulo lhe aconselhou o uso de um pouco de vinho, como remédio, por causa dessas suas enfermidades.

"Se olhássemos para o texto pelo prisma dos apologistas do vinho, diríamos: parece que Paulo, como algumas pessoas de hoje, que não acompanham a ciência moderna, pensava que o uso de 'um pouco de vinho', como remédio, embora fermentado, talvez fizesse bem.

"Notemos, porém, que o termo 'oinos', usado neste texto, sendo empregado, às vezes, no sentido de vinho doce, não diz com clareza se era vinho novo e doce ou fermentado, o que Timóteo devia usar; mas mesmo que fosse vinho fermentado, existe muita diferença entre o uso de um pouco, no caso de doença, e o beber vinho fermentado de preferência ao novo e doce, sob uma infinidade de pretextos fúteis, desprezando assim a Palavra de Deus, que, no Velho Testamento, proíbe, em 134 textos diferentes, o uso do vinho fermentado, e, no Novo Testamento, coloca na categoria de libertinos, idólatras, maldizentes, adúlteros, ladrões e assassinos, os bebedores de vinho dessa qualidade (I Cor. 6:9 e 10; Gál. 5:19-21; etc., etc.), deixando bem claro que os bêbados não herdarão o reino de Deus." – págs. 9 e 10.



Quais Seriam as Razões Fundamentais Indicadas pela Palavra de Deus para que Seus Filhos se Abstenham de Bebidas Alcoólicas?

Uma resposta segura e abalizada se encontra no artigo O Consumo de Vinho do Ponto de Vista Bíblico de L. E. Froom, de onde extraímos os seguintes passos:

"Transportando agora todos os tipos e figuras, que alguns poderiam minimizar, passamos à plena admoestação de Deus sobre o cuidado e a proteção que devemos dedicar ao nosso corpo, e à razão relativa disso. Descobrimos que de nosso corpo é declarado ser o 'templo de Deus' três vezes e a habitação do Espírito Santo. Não devemos contaminar este templo com bebidas e alimentos proibidos, mas conservá-lo santo, para não sermos destruídos quando todos os maus forem exterminados. Paulo enuncia isto em 1 Coríntios: 'Não sabeis vós que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá'. I Cor. 3:16, 17.

"No sexto capítulo declara que somos 'templos do Espírito Santo', o qual não tem qualquer parentesco com o álcool e a embriaguez. Devemos glorificar a Deus com este corpo que é redimido em virtude do sangue de Cristo: o nosso corpo deve ser cuidado como lugar de habitação de Deus. I Cor. 6:19, 20.

"Enfim, o apóstolo Paulo repete a admoestação divina afirmando que nós somos o templo de Deus vivente, no qual Ele faz morada. Por isso devemos ser separados como o eram os nazireus da antigüidade. Não devemos tocar aquilo que é impuro, mas antes purificar-nos de toda imundícia e aperfeiçoarmo-nos na santidade. Agora e para sempre devemos ser possessão divina, pois é o que Deus espera de nós – Ver II Cor. 6:16-17." – O Atalaia, Maio de 1977 págs. 6 e 7.

A sábia orientação divina consiste em advertir-nos, seriamente, para os perigos e as nefastas conseqüências das bebidas. Os apreciadores de vinho não deviam ingeri-lo, justificando este desejo com exemplos bíblicos. Em vez de assim fazê-lo deviam meditar bem que esta fraqueza poderá levá-los à embriaguez, que está arrolada na Bíblia entre as obras da carne, que nos excluem do reino dos céus. (Gál. 5:21; I Cor. 6:10).

As Escrituras o condenam com veemência em muitas passagens, como os versículos 29 e 35 do capítulo 23 de Provérbios, por conseguinte, tocas as bebidas alcoólicas, logo ninguém deve ingeri-las escudado na Palavra de Deus.



Conclusão

Diante da exposição feita a única conclusão a que devemos chegar deve ser esta:

A sábia lição aos sacerdotes no santuário: o edificante exemplo dos nazireus; as ponderadas advertências de Salomão; e a orientação divina no caso de João Batista; as oportunas exortações do apóstolo Paulo com respeito a ser o nosso corpo o templo do Espírito Santo; a moral elevada que deve ser seguida na vida dos verdadeiros cristãos, tudo nos leva a afirmar: a abstinência do vinho ou de qualquer bebida alcoólica é o caminho seguro e o ideal proposto por Deus para os seus filhos em todas as idades e através de todas as épocas.

Conquanto o uso do álcool como bebida não seja condenado per si na Bíblia, os princípios de saúde esboçados nas páginas sagradas e os horríveis exemplos, tais como os de Nabal, dão autenticidade ao conselho dado por Ellen G. White de que "a única atitude segura é não tocar, não provar, não manusear". – A Ciência do Bom Viver, pág, 335.

Ela acrescenta que "a total abstinência é a única plataforma sobre que o povo de Deus pode conscienciosamente firmar-se." – Testimonies, vol. 7, pág. 75. – Comentário da Lição da Escola Sabatina, 21-5-1983, pág. 120.



DUAS EMBARAÇANTES PASSAGENS RELACIONADAS COM O VINHO

 

"Esse dinheiro dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer cousa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e tua casa." Deut. 14:26.

"Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de espírito." Prov. 31:6.

Limitar-nos-emos ao que diz o Comentário Adventista e a uma ligeira alusão de Adão Clark.

O que escreveram os teólogos e comentaristas adventistas sobre Deut. 14:26.

"Bebida forte. O vinho e a bebida forte aqui mencionados eram ambos fermentados. Em tempos passados Deus freqüentemente tolerava a grosseira ignorância responsável por práticas que Ele nunca pôde aprovar. Mas finalmente veio o tempo quando, em cada ponto, Deus ordenou a todos os homens que se arrependessem (Atos 17:30). Então aqueles que persistissem em suas práticas, a despeito do conselho e advertência não mais teriam uma desculpa para seu pecado (João 15:22). 'Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado.' No seu procedimento anterior eles não tinham pecado e Deus não os considerava totalmente responsáveis, embora suas obras estivessem afastadas do ideal. Sua longanimidade é extensiva a todo aquele que não sabe o que está fazendo (Luc. 23:34). Como Paulo que perseguia a Igreja ignorantemente na incredulidade eles podem obter misericórdia."

Depois de falar que Deus suportou a escravatura e a poligamia, coisas contrárias aos princípios divinos, o SDABC assim conclui:

"Assim foi com o 'vinho' e 'bebida forte'. A ninguém era estritamente proibido beber, exceto os engajados em deveres religiosas e talvez também na administração da justiça (Lev. 10:9; Prov. 31:4). Os males do 'vinho' e da 'bebida forte' foram claramente indicados, o povo aconselhado a abster-se deles (Prov. 20:1; 23:29 a 33), e uma maldição pronunciada sobre aqueles que induzissem outros a abusar da bebida (Hab. 2:15). Mas Paulo coloca diante de nós o ideal declarando: 'Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.' (I Cor. 10:31), e informa que Deus destruirá aqueles que desonram seus corpos (I Cor. 3:16-17). Coisas intoxicantes destroem o templo de Deus e seu uso não pode ser considerado um meio de O glorificar (I Cor. 6:19-20; 10:31). Paulo abandonou o uso de cada coisa prejudicial ao seu corpo (I Cor. 9:27). Não há desculpa hoje para o argumento de que não há nada intrinsecamente errado no uso de bebidas intoxicantes, baseando-se no fato de que uma vez Deus as permitiu. Como já foi notado, Ele também permitiu uma vez a escravatura e a poligamia. A Bíblia adverte que os bêbados não herdarão o reino de Deus (I Cor. 6:10)."

Sobre Prov. 31:6 este mesmo Comentário tece as seguintes considerações:

"Pronto para perecer. Sem o conhecimento de narcóticos possuído pelos médicos hoje, os antigos tinham freqüentemente apenas várias misturas de bebidas intoxicantes e preparações de ervas narcóticas com as quais insensibilizavam as dores de doenças fatais. Àqueles que eram crucificados, no tempo de Cristo, ofereciam-lhes uma mistura de vinagre e fel. Nosso Senhor recusou beber aquela mistura. Ele desejava uma mente clara para resistir à tentação de Satanás e conservar forte Sua fé em Deus."

Adão Clark apresenta esta mesma idéia sobre Provérbios 31:6, apenas usando vocabulário diferente:

"Dai bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que bebidas embriagantes eram misericordiosamente dadas aos criminosos condenados, para torná-los menos sensíveis às torturas que enfrentariam na morte. Isto é o que foi oferecido a nosso Senhor, mas Ele recusou."

Do matutino paulista "O Estado de São Paulo" de 22-1-1984, retirei a seguinte nota:

"A História nos cientifica que no tempo de Napoleão a pobreza da farmácia não oferecia muitas possibilidades de aliviar os sofrimentos dos feridos. Não lhes era oferecida senão uma esponja embebida em suco de ópio para sugar."

Link

Fonte: Pedro Apolinário - Explicação de Textos Difíceis da Bíblia
Nisto Cremos

A Guerra dos Sentidos

0 comentários

Trata-se de uma série de palestras sobre os tempos que estamos vivendo, como o meio tem nos afetado e a necessidade de rompermos com certos paradigmas, tidos como politicamente corretos afim de nos mantermos, pelo poder de Cristo, em pé para a batalha final.

 

Os áudios podem ser ouvidos ou baixados nos links abaixo. Não deixem de ouvir e duplicar a informação para quantos irmãos vocês puderem, seja direcionando-os para este espaço, seja pela simples entrega de uma mídia com o conteúdo em apreço. Não se esqueçam de aplicar os conselhos importantíssimos deste conteúdo nas suas vidas.


Palestras Hortolândia:
1- 
O plano I
2- 
A quem você está seguindo?
3- 
O plano II
4- 
História da Música
5- 
Cinema e Vídeo

Palestras Central Paulistana (
Acesso a pasta)
1- O plano I (Parte 1, Parte 2)
2- O plano II (Parte 1, Parte 2)
3- História da Música (Parte 1, Parte 2, Parte 3)
4- Cinema e Vídeo (Parte 1, Parte 2, Parte 3)

Atenção:

Existem diferenças significativas, especialmente no que concerne a quantidade de informações dos temas, nas duas programações. A palestra "O Plano I" levada a cabo na Central Paulistana é totalmente diferente daquela feita em Hortolândia, prendendo seu foco na questão das sociedades secretas e seu papel profético.

 

Obs1: Ouçam os temas na sequência. Não sejam tentados a pular a linha de raciocínio do palestrante, isso pode continuar direcionando sua mente a não mudar de paradigma.

 

Obs2: Leve outras pessoas a ouvir: duplique, duplique, duplique. Ainternet tem que servir para alguma coisa útil e, provavelmente, a possibilidade de você ou os que o cercam, ouvirem algo parecido do púlpito de suas igrejas seja muito pequena.

 

Que Deus continue nos estendendo a Sua misericórida e nos abençoe a todos.


Opinião Pessoal:

Assisti todos os vídeos, no começo ainda estava com aquela idéia de que devia ser mais um sensacionalista, alarmista, devido algunas coisas que havia ouvido dizer. Bem, no decorrer dos vários audios a opinião mudou. Realmente, são excelentes sermões, incomuns. Incomuns porque tais repreendem, chama o pecado pelo nome, não passa a mão na cabeça de ninguém, fala e fala mesmo, sermões que buscam o reavivamente, a reforma, uma clara demonstração do que realmente há no mundo, da influencia do mundo sobre nós, da mídia, de Satanás, da música, filmes e várias coisas a mais. Mostrando claramente aquela idéia "Religião não é brinquedo. As coisas estão acontecendo. Pare de brincar, tome uma atitude."

Contudo, há alguns pontos que me deixaram intrigados e com um pé atrás. A principal foi na parte de música, mas apenas quanto a uma questão. Ele fala um negócio sobre as tonicas no tempo num compasso de quatro tempos, sendo que o natural é no 1 e 3, mas que Satanás corrompeu colocando a enfase no 2 e 4. Isso de certa forma, é um absurdo, pois é música, tempo, apenas se trata de enfase num tempo; coisas que acontecem bastante nas harmonias quando fazem um contra-tempo e contra-canto.. ou mesmo, dependendo da frase, da dinamica da música, há enfase em tais tempos, ou mesmo em tempos como no 2,5!!! E o que dizer então de um compaço ternário ou composto... como é que fica a questão? E visto mais, que essa estrutura de música é ocidental, por séculos, milenios, ninguém usava, e em outros lugares do mundo não usam. E ele ainda afirma, que o nosso corpo, segue, naturalmente um quartenário com enfase no 1 e 3... bem, isso, é um absurdo. Não sei da onde ele tirou uma coisa dessa. Mas de tudo que já estudei sobre medicina, pesquisas quanto a música e etc, nunca ouvi qualquer coisa desse tipo. Contudo, ultimamente comecei a reparar bastante no tempo das músicas mais questionáveis, e realmente, coincidencia ou não, se vê uma forte enfase no tempo 2 e 4. hehe

E apesar, de ficar com um pé atrás, também não nego a sua possibilidade de ser verdadeira. Teria que pesquisar, ver algumas experiencias e coisas nesse sentido, para realmente poder afirmar se isso realmente tem embasamento ou não. Contudo, ele mesmo não deu referência de nada. De onde ele tirou isso? Alguem tem o e-mail do cara?

Outra coisa que ele fala foi no seminário feito na Central Paulistana, nos primeiros audios ele fala sobre Satanismo, Sociedades Secretas, Nova Era. Em tal ele fez algumas afirmações quanto ao que ocorre em algumas sociedades secretas no minimo expeculação, do tipo, ou "ele teve uma revelação especial", ou então está sendo equivocado. Pois, para começar são sociedades SECRETAS. Se soubessemos exatamente o que ocorre em tais, não seria secreto. E já vi alguns documentários no THC (o que também não quer dizer nada) com informações distintas e diferentes da que ele falou sobre algumas coisas. Aí fica aquela coisa: "Onde ele pesquisou?" No Google? Cade as referências, fontes? E também ele aborda o tema, como se todos os lideres das principais corporações e órgãos dominantes no mundo, inclusive o papa, já tivessem tudo resolvido, todo acordo feito por debaixo das mangas... que toda a "Nova Ordem Mundial" já estivesse tudo planejado por tais; e em execução por tais, de forma consciente. E também transmitindo a idéia de que todos os que fazem sucesso, músicos, fazem um pacto com o diabo. Vamos dizer que assim, a idéia que ele transmite é que NINGUÉM faz tais coisas, segue coisas demoniacas, anti-cristãs, promove elementos da Nova Era e do Espiritismo por ignorância; mas todos fazem isso com total consciência. Isso é no minimo, no minimo do minimo, questionável.

Mas no resto, olha, a luz das Escrituras, do Espirito de Profecia, e pelo que realmente se vê na sociedade quando por um olhar critico, realmente, fica dificil dúvidar.

São mensagens bem fortes e claras (até se acostumar com o sotaque do cara), que recomendo e a conselho para todos, que tais ouçam, prestem atenção, questionem, analisem. E como o própio Daniel diz, que procuremos por nós mesmo saber se tais informações são verdades ou não. Contudo, cade as fontes Spencer?

Um ponto fraco mesmo, é que ele promove um tipo de palestra show. Sobretudo na dinamica quanto a fala um tanto showzinho e modo a fazer impostura intelectual. E faz um pocado de auto-promoção, falando algumas coisas, informações a fim de viabilizar suas palavras; fazer com que confiemos no que ele diz. Tirando isso... ouçam. E retenhão o bem. Para qualquer pessoa com um senso critico bem aguçado espiritualmente, saberá discernir e reter o bem.

E quanto a definição usada para a palavra Jazz, bem, há outras possibilidades. Recomendo esse esclarecimento do Blog da Vanessa Vilhena.

Métodos

0 comentários

Download em .Doc
Veja também:
________
De Casa em Casa
De importância igual às conferências públicas especiais é o trabalho de casa em casa, nos lares do povo. Em cidades grandes há certas classes que não podem ser alcançadas pelas reuniões públicas. Essas têm de ser procuradas como o pastor procura a ovelha perdida. Tem que ser feito, em seu favor, diligente esforço pessoal. Sendo negligenciado o trabalho pessoal, perdem-se muitas preciosas oportunidades que, se fossem aproveitadas, fariam avançar decididamente a obra. Testimonies, vol. 9, pág. 111.
Necessitam-se atos de simpatia, assim como palavras. Cristo fazia preceder a pregação de Sua mensagem por atos de amor e beneficência. Vão esses obreiros de casa em casa, ajudando onde for necessário o auxílio e, à medida que se lhes ofereça oportunidade, contando a história da cruz. Cristo deve ser o seu texto. Não precisam insistir em assuntos doutrinários; falem da obra e sacrifício de Cristo. Exaltem Sua justiça, revelando em sua vida a Sua pureza. Testimonies, vol. 7, pág. 228.
Deus não faz acepção de pessoas. Servir-Se-á Ele de cristãos humildes e dedicados, mesmo que não tenham recebido instrução tão completa quanto alguns outros. Empenhem-se em serviço para Deus, fazendo trabalho de casa em casa. Assentados na intimidade do lar poderão - se forem humildes, discretos e piedosos - fazer mais para satisfazer as reais necessidades das famílias, do que o faria um ministro ordenado. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 84.
Entre os membros de nossas igrejas deve haver mais trabalho de casa em casa, dando estudos bíblicos e distribuindo literatura. Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 345 e 346.
Aqueles que se empenham em trabalho de casa em casa encontrarão oportunidades para servir em muitos ramos. Devem orar pelos doentes e fazer tudo que estiver ao seu alcance para os aliviar de sofrimentos. Devem trabalhar entre os humildes, os pobres e oprimidos. Devemos orar pelos desamparados que não têm força de vontade para dominar os apetites que a paixão tem degradado, e orar com eles também. Um esforço sincero e perseverante tem que ser feito em prol da salvação daqueles em cujo coração se despertou algum interesse. Muitas pessoas só podem ser alcançadas mediante atos de desinteressada bondade. É necessário socorrer primeiramente suas necessidades materiais. Ao verem evidências de nosso desinteressado amor, é-lhes mais fácil crer no amor de Cristo. Testimonies, vol. 6, págs. 83 e 84.
Que os obreiros vão de casa em casa, abrindo a Bíblia ao povo, disseminando nossa literatura, falando a outros da luz que lhes trouxe bênção a sua própria alma. Obreiros Evangélicos, pág. 353.
Nosso Salvador ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os tristes, consolando os aflitos, e dirigindo palavras de paz aos abatidos. Ele tomava as criancinhas nos braços, e as abençoava e dirigia palavras de esperança e conforto às mães cansadas. Com infatigável ternura e suavidade Se aproximava de todas as formas de infortúnio e aflição humanos. Não em Seu próprio proveito, mas no dos outros, Ele trabalhava. Era o servo de todos. Sua comida e bebida era levar esperança e forças a todos com quem chegava em contato. Obreiros Evangélicos, pág. 188.
A apresentação da verdade, com amor e simplicidade, de casa em casa, está em harmonia com a instrução que Cristo deu a Seus discípulos quando os enviou em sua primeira viagem missionária. Mediante hinos de louvor, orações humildes e fervorosas, muitos serão alcançados. O divino Obreiro estará presente para comunicar convicção aos corações. "Estou convosco todos os dias" (Mat. 28:20), é Sua promessa. Com a garantia da constante presença de tal ajudador, podemos trabalhar com fé, esperança, e bom ânimo. O Colportor-Evangelista, pág. 83.
Necessitam-se de homens que trabalhem de casa em casa. O Senhor requer que se façam decididos esforços nos lugares em que o povo nada sabe das verdades bíblicas. Cantar, orar e ler a Bíblia nas casas do povo, é coisa necessária. Nossos dias são exatamente o tempo em que se deve obedecer à comissão: "Ensinando-as a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado." Mat. 28:20. Os que fazem essa obra devem ser versados nas Escrituras. "Está escrito" (Mat. 4:6), deve ser sua arma de defesa. Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 540.
Irmãos e irmãs, visitai aqueles que residem próximo de vós, e com simpatia e bondade procurai cativar-lhes o coração. Cuidai bem de trabalhar de tal maneira que desvaneçais os preconceitos, em lugar de criá-los. E lembrai-vos de que aqueles que conhecem a verdade para o momento presente, e ainda limitam seus esforços a sua própria igreja, recusando-se a trabalhar por seus vizinhos ainda não convertidos, serão chamados a prestar contas por deveres não cumpridos. Testimonies, vol. 9, págs. 34 e 35.
Nessa primeira viagem, os discípulos só deviam ir aos lugares em que Jesus já estivera antes, e onde fizera amigos. Seus preparativos de viagem deviam ser os mais simples. Não deviam permitir que coisa alguma lhes distraísse o espírito de sua grande obra, nem de maneira nenhuma despertar oposição e fechar a porta a trabalho posterior. Não deviam adotar o vestuário dos mestres religiosos, nem usar no traje coisa alguma que os houvesse de distinguir dos humildes camponeses. Não lhes convinha entrar nas sinagogas e convocar o povo para serviço público; seu esforço devia-se desenvolver no trabalho feito de casa em casa. Não deviam perder tempo em inúteis saudações, nem indo de casa em casa se hospedar. Mas convinha que aceitassem em todo o lugar a hospitalidade dos que eram dignos, os que os receberiam de coração, como hospedando ao próprio Cristo. Cumpria-lhes entrar na morada com a bela saudação: "Paz seja nesta casa." Luc. 10:5. Essa casa seria abençoada por suas orações, seus hinos de louvor, e o estudo das Escrituras no círculo familiar. O Desejado de Todas as Nações, págs. 351 e 352.
Visitai vossos vizinhos numa maneira amigável, e relacionai-vos com eles. ... Aqueles que não empreendem esta obra, que procedem com a indiferença que alguns têm manifestado, depressa perderão seu primeiro amor, e começarão a censurar, a criticar e a condenar seus próprios irmãos. Review and Herald, 13 de maio de 1902.
Os esforços do apóstolo não estavam restringidos à pregação pública; muitos havia que não poderiam ser alcançados desta maneira. Ele despendeu muito tempo no trabalho de casa em casa, prevalecendo-se assim das relações familiares do círculo doméstico. Visitava os enfermos e tristes, confortava os aflitos, animava os oprimidos. Em tudo o que dizia e fazia engrandecia o nome de Jesus. Trabalhava assim "em fraqueza, e em temor, e em grande tremor". I Cor. 2:3. Ele tremia ao pensamento de que seus ensinos pudessem revelar mais o humano que o divino. Atos dos Apóstolos, pág. 250.
Visitai um por um os vossos vizinhos, e aproximai-vos deles até que seu coração se aqueça ao calor de vosso desprendido interesse e amor. Simpatizai com eles, orai com eles, espreitai as oportunidades de os beneficiar e, segundo vos for possível, reuni alguns deles e abri a Palavra de Deus perante sua mente em trevas. Continuai cuidando deles como quem tem de dar contas pelas almas das pessoas, e aproveitai o máximo possível os privilégios que Deus vos dá de cooperardes com Ele em Sua vinha moral. Não negligencieis as oportunidades de falar com vossos vizinhos, e de lhes fazer todo o bem que estiver ao vosso alcance, para "por todos os meios" (I Cor. 9:22) poderdes salvar alguns. Precisamos buscar o espírito que constrangia o apóstolo Paulo a ir de casa em casa insistindo com lágrimas, e ensinando "a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo". Atos 20:21. Review and Herald, 3 de março de 1888.
O Senhor me apresentou a obra que tem que ser feita em nossas cidades. Os crentes aí devem trabalhar para Deus nas vizinhanças de sua casa. Devem fazê-lo quieta e humildemente, levando consigo, aonde quer que forem, a atmosfera do Céu. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 346.
Auditório de uma só Alma
A obra de Cristo compôs-se em grande parte de conversas individuais. Ele tinha em grande apreço o auditório constituído de uma única alma. Daquela alma, saía para milhares o conhecimento recebido. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 402.
Achava-Se desfalecido e fatigado; não negligenciou, no entanto, a oportunidade de falar a uma única mulher, conquanto fosse uma estranha, inimiga de Israel, e vivendo abertamente em pecado. O Desejado de Todas as Nações, pág. 194.
O Salvador não esperava que se reunissem congregações. Começava muitas vezes Suas lições tendo apenas poucas pessoas em volta de Si; mas, um a um, os transeuntes paravam para escutar, até que uma multidão, maravilhada, e respeitosa ficava a ouvir as palavras de Deus através do Mestre, enviado do Céu. O obreiro de Cristo não deve julgar que não pode falar a poucos ouvintes com o mesmo fervor com que o faz a um maior auditório. Poderá haver uma única pessoa a escutar a mensagem; quem poderá, entretanto, dizer até onde se estenderá sua influência? Pouca importância, mesmo para os discípulos, parecia ter essa mulher de Samaria, para o Salvador gastar com ela Seu tempo. Ele, porém, raciocinou mais fervorosa e eloqüentemente com ela, do que com reis, conselheiros ou sumos sacerdotes. As lições por Ele dadas àquela mulher têm sido repetidas até aos mais afastados recantos do mundo. O Desejado de Todas as Nações, págs. 194 e 195.
Íntimo Contato Pessoal
É necessário pôr-se em íntimo contato com o povo mediante esforço pessoal. Se se empregasse menos tempo a pregar sermões, e mais fosse dedicado a serviço pessoal, maiores seriam os resultados que se veriam. A Ciência do Bom Viver, pág. 143.
O Senhor deseja que Sua palavra de misericórdia seja levada a toda alma. Isto deve ser executado em alto grau pelo serviço pessoal. Era o método de Cristo. Parábolas de Jesus, pág. 229.
Os que mais êxito têm tido em atrair almas, foram homens e mulheres que não se orgulhavam de suas habilidades, mas, em humildade e fé, buscaram ajudar os que estavam ao redor de si. Jesus fez esta mesma obra. Punha-Se em contato com aqueles a quem desejava atrair. Obreiros Evangélicos, pág. 194.
Devemos aproximar-nos dos homens individualmente com simpatia semelhante à de Cristo e procurar despertar-lhes o interesse nas coisas da vida eterna. Os corações podem ser tão duros quanto o caminho batido e pode parecer uma tentativa inútil apresentar-lhes o Salvador; mas embora a lógica possa falhar em mover, e o argumento seja impotente para convencer, o amor de Cristo, revelado no ministério pessoal, pode abrandar o coração empedernido, de modo que a semente da verdade possa enraizar-se. Parábolas de Jesus, pág. 57.
Atraí os que se encontram ao redor de vós mediante o trabalho pessoal. Relacionai-vos com eles. As pregações não farão o trabalho que necessita ser feito. Anjos de Deus vos acompanham às moradas daqueles a quem visitais. Esta obra não pode ser feita por procuração. O dinheiro emprestado ou dado não o faz. Sermões não a realizam. Visitando o povo, falando, orando e simpatizando com ele, conquistareis corações. É este o mais elevado trabalho missionário que podeis fazer. Para isso, necessitais de uma fé resoluta e perseverante, de uma paciência inesgotável, e de um profundo amor pelas almas. Testimonies, vol. 9, pág. 41.
Com a vocação de João, André e Simão, Filipe e Natanael, começou o fundamento da igreja cristã. João dirigiu dois de seus discípulos a Cristo. Então, um deles, André, achou a seu irmão, e chamou-o para o Salvador. Foi logo chamado Filipe, e este foi em busca de Natanael. Esses exemplos nos devem ensinar a importância do esforço pessoal, de fazer apelos diretos a nossos parentes, amigos e vizinhos. Existem pessoas que, durante uma existência, têm professado estar relacionadas com Cristo, e todavia nunca fizeram um esforço pessoal para levar uma alma sequer ao Salvador. Deixam todo o trabalho ao ministro. Este pode ser apto para sua vocação, mas não lhe é possível fazer aquilo que Deus deixou aos membros da igreja.
Muitos há que necessitam do serviço de amoráveis corações cristãos. Têm-se imergido na ruína muitos que poderiam ter sido salvos, houvessem seus vizinhos, homens e mulheres comuns, se esforçado em benefício deles. Muitos há à espera de que alguém se lhes dirija pessoalmente. Na própria família, na vizinhança, na cidade em que residimos, há trabalho para fazermos como missionários de Cristo. Se somos cristãos, essa obra será nosso deleite. Mal está uma pessoa convertida, nasce dentro dela o desejo de tornar conhecido a outros que precioso amigo encontrou em Jesus. A salvadora e santificadora verdade não lhe pode ficar fechada no coração. O Desejado de Todas as Nações, pág. 141.
Um dos meios mais eficazes de comunicar a luz é o trabalho particular, pessoal. No círculo familiar, no lar do vizinho, à cabeceira do doente, de maneira tranqüila podeis ler as Escrituras e falar acerca de Jesus e da verdade. Lançareis, assim, preciosa semente, que germinará e produzirá fruto. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 62.
O sal deve ser misturado com a substância em que é posto; é preciso que penetre a fim de conservar. Assim, é com o contato pessoal e a convivência que os homens são alcançados pelo poder salvador do evangelho. Não são salvos em massa, mas como indivíduos. A influência pessoal é um poder. Cumpre-nos achegar-nos àqueles a quem desejamos beneficiar. O Maior Discurso de Cristo, pág. 36.
Jesus via em cada pessoa, alguém a quem devia ser feito o chamado para Seu reino. Aproximava-Se do coração do povo, misturando-Se com ele como alguém que lhe desejava o bem-estar. Procurava-o nas ruas públicas, nas casas particulares, nos barcos, na sinagoga, às margens do lago e nas festas nupciais. Ia-lhe ao encontro em suas ocupações diárias e manifestava interesse em seus negócios seculares. Levava Suas instruções às famílias, pondo-as assim, no próprio lar, sob a influência de Sua divina presença. A poderosa simpatia pessoal que dEle procedia, conquistava os corações. O Desejado de Todas as Nações, pág. 151.
Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: "Segue-Me." João 21:19. A Ciência do Bom Viver, pág. 143.
Devemos fazer o que Cristo fez. Onde quer que estivesse, na sinagoga, ao pé do caminho, no barco um tanto arredado da margem, no banquete do fariseu ou à mesa do publicano, falava aos homens das coisas pertinentes à vida mais elevada. As coisas da Natureza, os acontecimentos da vida diária eram por Ele relacionados com as palavras da verdade. O coração dos ouvintes era atraído para Ele; porque lhes curara as enfermidades, confortara os aflitos, e tomara nos braços seus filhinhos e os abençoara. Quando abria os lábios para falar, a atenção deles se voltava para Ele, e toda palavra era para alguma alma um cheiro de vida para vida.
Assim deve ser conosco. Onde quer que estejamos, devemos vigiar as oportunidades de falar do Salvador a outros. Se seguirmos o exemplo de Cristo em fazer o bem, os corações nos estarão abertos, como estiveram para Ele. Não abruptamente, mas com o tato oriundo do amor divino poderemos falar-lhes dAquele que "traz a bandeira entre dez mil", e é "totalmente desejável". Cant. 5:10 e 16. Esta é a mais elevada obra em que podemos empregar o talento da linguagem. Foi-nos dado para que pudéssemos apresentar a Cristo como Salvador que perdoa os pecados. Parábolas de Jesus, pág. 339.
Sua presença criava em casa uma atmosfera mais pura, e Sua vida era como um fermento operando entre os elementos da sociedade. Inocente e incontaminado andava Ele entre os irrefletidos, os rudes, os descorteses; entre os injustos publicanos, os negligentes pródigos, os iníquos samaritanos, os soldados pagãos, os rústicos camponeses e a multidão mista. Dirigia aqui e ali uma palavra de simpatia, ao ver criaturas fatigadas, vergadas ao peso de duras cargas. Partilhava de seus fardos, e revelava-lhes as lições que aprendera da natureza acerca do amor, da benevolência e bondade de Deus.
Ensinava todos a se considerarem dotados de preciosos talentos, os quais, se devidamente empregados, lhes adquiririam riquezas eternas. Extirpava da vida toda vaidade, ensinando também, pelo próprio exemplo, que cada momento de tempo se acha carregado de resultados eternos; que deve ser apreciado como um tesouro, e empregado para fins santos. Não considerava ninguém indigno, mas buscava aplicar a toda alma o remédio salvador. Em qualquer companhia que Se encontrasse, apresentava uma lição adequada ao tempo e às circunstâncias. Buscava inspirar a esperança nos mais ásperos e menos prometedores, dando-lhes a certeza de que se poderiam tornar irrepreensíveis e inocentes, adquirindo caráter que demonstraria serem eles filhos de Deus. Encontrava freqüentemente pessoas que viviam sob o poder de Satanás, e não possuíam forças para romper-lhe as malhas. A essas almas, desanimadas, enfermas, tentadas e caídas, Jesus costumava dirigir palavras da mais terna compaixão, palavras cuja necessidade era sentida, e que podiam ser apreciadas. Outros deparava Ele que se achavam empenhados em renhida luta contra o adversário das almas. A esses animava a perseverar, assegurando-lhes que haviam de vencer; pois tinham a seu lado anjos de Deus, que lhes dariam a vitória. O Desejado de Todas as Nações, págs. 90-92.
O Reavivamento Espiritual e o Trabalho Pessoal Combinados
O reavivamento das igrejas provém do sincero esforço de alguma pessoa em buscar as bênçãos de Deus. Essa pessoa tem fome e sede de Deus, e pede com fé, recebendo de acordo com ela. Põe-se a trabalhar com zelo, reconhecendo sua inteira dependência do Senhor, e almas são despertadas para buscar uma bênção semelhante, recebendo em seu coração um período de refrigério. A difusão da obra não será negligenciada. Planos maiores serão delineados no devido tempo; mas o trabalho pessoal feito por todo indivíduo, o interesse manifestado pelos amigos e vizinhos, pode realizar muito mais do que se possa avaliar. É por falta dessa espécie de trabalho que estão perecendo muitas almas por quem Cristo morreu.
Uma alma tem um valor infinito; o Calvário nos revela. Uma alma ganha para a verdade, será um instrumento para conquistar outras, e haverá um resultado sempre crescente em bênçãos e salvação. Vosso trabalho pode realizar mais benefícios reais do que as longas reuniões, se lhes falta o esforço pessoal. Sendo ambos combinados, com a bênção de Deus, pode-se conseguir uma obra mais perfeita e completa; mas se tivermos de realizar apenas uma parte, seja então o trabalho individual de abrir as Escrituras nas casas de família, dirigindo apelos pessoais, e falando familiarmente com os seus membros, não sobre coisas de pouca importância, mas nos grandes temas da redenção. Fazei-os compreender que vosso coração sente responsabilidade pela salvação de almas. Review and Herald, 13 de março de 1888.
Procurar o Povo
Não devemos esperar que as almas venham a nós; precisamos procurá-las onde estiverem. Quando a Palavra é pregada do púlpito, o trabalho apenas começou. Há multidões que nunca serão alcançadas pelo evangelho se ele não lhes for levado. Parábolas de Jesus, pág. 229.
A comissão evangélica é a Carta Magna missionária do reino de Cristo. Os discípulos deviam trabalhar fervorosamente pelas almas, dando a todas o convite de misericórdia. Não deviam esperar que o povo viesse a eles; deviam eles ir ao povo com sua mensagem. Atos dos Apóstolos, pág. 28.
Convidar Para Estudar a Bíblia
Convidai os vizinhos para vossa obra, e lede-lhes partes da preciosa Bíblia, e de livros que lhes explicam as verdades. Convidai-os a se unirem convosco em cânticos e orações. Nessas pequeninas reuniões, o próprio Cristo estará presente, segundo prometeu, e os corações serão tocados pela Sua graça. A Ciência do Bom Viver, pág. 152.
Enquanto em Éfeso, Apolo começou a falar ousadamente na sinagoga. Entre seus ouvintes estavam Áquila e Priscila que, percebendo não ter ele ainda recebido toda a luz do evangelho, "o levaram consigo, e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Atos 18:26. Por meio de seus ensinos ele obteve mais clara compreensão das Escrituras, e tornou-se um dos mais hábeis advogados da fé cristã. Atos dos Apóstolos, pág. 270.
Ser Sociável
A todos quantos estão trabalhando com Cristo, desejo dizer: Sempre que vos for possível ter acesso ao povo em seu lar, aproveitai a oportunidade. Tomai a Bíblia, e exponde-lhes as grandes verdades da mesma. Vosso êxito não dependerá tanto de vosso saber e realizações, como de vossa habilidade em chegar ao coração das pessoas. Sendo sociáveis e aproximando-vos bem do povo, podereis mudar-lhes rumo dos pensamentos muito mais facilmente do que pelos mais bem-feitos discursos. A apresentação de Cristo em família, no lar e em pequenas reuniões em casas particulares, é muitas vezes mais bem-sucedida em atrair almas para Jesus, do que sermões feitos ao ar livre, às multidões em movimento, ou mesmo em salões e igrejas. Obreiros Evangélicos, pág. 193.
O exemplo de Cristo de ligar-Se aos interesses da humanidade deve ser seguido por todos quantos pregam Sua palavra, e todos quantos receberam o evangelho de Sua graça. Não devemos renunciar à comunhão social. Não nos devemos retirar dos outros. A fim de atingir todas as classes, precisamos ir ter com elas. Raramente nos virão procurar de vontade própria. Não somente do púlpito é tocado o coração dos homens pela verdade divina. Outro campo de labor existe, mais humilde, talvez, mas igualmente prometedor. Encontra-se no lar do humilde, e na mansão do grande; na mesa hospitaleira, e em reuniões de inocente entretenimento. O Desejado de Todas as Nações, pág. 152.
Cristo não tinha espírito de exclusivismo, e escandalizara especialmente os fariseus por Se afastar a esse respeito de seus rígidos regulamentos. Encontrara os domínios da religião cercados de alta muralha de exclusivismo, como assunto demasiado santo para a vida diária. Esses muros de divisão, Ele os derribou. Em Seu trato com os homens, não indagava: Qual é seu credo? a que igreja pertence? Exercia Seu poder de beneficiar em favor de todos os que necessitassem de auxílio. Em lugar de fechar-Se numa cela de eremita a fim de mostrar Seu caráter celestial, trabalhava fervorosamente pela humanidade. Incutia o princípio de não consistir a religião bíblica em mortificações corporais. Ensinava que a religião pura e incontaminada não se deve manifestar apenas em determinados tempos e ocasiões especiais. Em todos os tempos e lugares demonstrava amorável interesse pelos homens, irradiando em torno a luz de uma animosa piedade. O Desejado de Todas as Nações, pág. 86.
Apesar de seus preconceitos, aceitou a hospitalidade desse povo desprezado. Dormiu sob seu teto, comeu com eles à mesa - partilhando do alimento preparado e servido por suas mãos - ensinou em suas ruas, e tratou-os com a máxima bondade e cortesia. O Desejado de Todas as Nações, pág. 193.
Manifestar Interesse Cheio de Simpatia
Os que estão travando a batalha da vida com grandes desvantagens podem ser refrigerados e fortalecidos por pequeninas atenções que nada custam. Palavras bondosas, proferidas com simplicidade, pequenas atenções dispensadas sem ostentação, hão de afugentar as nuvens da tentação e dúvida que se adensam por sobre a alma. A verdadeira e sincera expressão de simpatia cristã, dada com simplicidade, tem poder para abrir a porta de corações que necessitam do simples e delicado toque do Espírito de Cristo. Testimonies, vol. 9, pág. 30.
Milhares de corações podem ser alcançados pela maneira mais simples e humilde. Os mais intelectuais, aqueles que são considerados e louvados como os homens e mulheres mais bem dotados do mundo, são muitas vezes refrigerados pelas palavras simples e originadas do coração de uma pessoa que ama a Deus e pode falar desse amor com naturalidade, como os mundanos falam daquilo que seu espírito contempla e de que se nutre. Muitas vezes as palavras bem preparadas e estudadas, exercem pouca influência. Mas a expressão verdadeira, sincera, de um filho ou filha de Deus, emitida com natural simplicidade, abrirá a porta a corações por muito tempo fechados. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 402.
Contar a Experiência Pessoal
Os que se revestiram de Cristo relatarão sua experiência, descobrindo passo a passo a direção do Espírito Santo - sua sede e fome de conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem enviou, o resultado de esquadrinhar as Escrituras, suas orações, sua agonia de alma e as palavras de Cristo a eles: "Teus pecados te são perdoados." Luc. 7:48. É antinatural que qualquer pessoa mantenha em secreto estas coisas; e quem está possuído do amor de Cristo não o fará. Na mesma proporção em que o Senhor os tornou depositários da verdade sagrada, será seu desejo que outros recebam a mesma bênção. Divulgando os ricos tesouros da graça de Deus, ser-lhes-á concedido mais e mais da graça de Cristo. Parábolas de Jesus, págs. 124 e 125.
Ponde em ação toda a vossa energia espiritual. Dizei àqueles a quem visitais que se acha próximo às portas, o fim de todas as coisas. O Senhor Jesus Cristo abrirá a porta do coração deles, causando uma duradoura impressão em seu espírito. Esforçai-vos por despertar homens e mulheres de sua insensibilidade espiritual. Dizei-lhes como encontrastes Jesus, e como tendes sido abençoados desde que vos pusestes ao Seu serviço. Contai-lhes a ventura que vos advém de sentar-vos aos pés de Jesus, aprendendo preciosas lições de Sua Palavra. Falai-lhes da alegria, da satisfação que existe na vida cristã. Vossas palavras calorosas, cheias de fervor, hão de convencê-los de que encontrastes a pérola de grande preço. Que vossas palavras alegres e animadoras demonstrem que achastes com certeza o caminho melhor. Isso é trabalho missionário genuíno, e em ele sendo feito, muitos acordarão como de um sonho. Testimonies, vol. 9, pág. 38.
Aqueles que Deus emprega como Seus instrumentos podem por alguns ser considerados como ineficientes; mas se puderem orar, se em simplicidade puderem falar sobre a verdade, porque a amam, poderão alcançar o povo, mediante o poder do Espírito Santo. Ao apresentarem a verdade em simplicidade, lendo da Palavra, ou recordando incidentes de experiências, o Espírito Santo impressiona a mente e o caráter. A vontade se torna subordinada à vontade de Deus; a verdade até aí não compreendida vem ao coração com convicção viva, tornando-se realidade espiritual. Testimonies, vol. 6, pág. 444.
Ilustrações Eficazes
Suas mensagens de misericórdia variavam, a fim de ajustar-se ao Seu auditório. Sabia "dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado" (Isa. 50:4); pois nos lábios Lhe era derramada a graça, a fim de que transmitisse aos homens, pela mais atrativa maneira, os tesouros da verdade. Possuía tato para Se aproximar do espírito mais cheio de preconceitos, surpreendendo-o com ilustrações que lhe prendiam a atenção. Por intermédio da imaginação, chegava-lhes à alma. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária, e, conquanto simples, encerravam admirável profundeza de sentido. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas - com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal; e sempre, posteriormente, quando Seus ouvintes viam essas coisas da Natureza, elas Lhe evocavam as palavras. As ilustrações de Cristo repetiam-Lhe continuamente as lições. O Desejado de Todas as Nações, pág. 254.
Os apóstolos se esforçaram por comunicar a esses idólatras o conhecimento de Deus, o Criador, e de Seu Filho, o Salvador do gênero humano. Chamaram, primeiramente, a atenção deles, para as obras maravilhosas de Deus - o Sol, a Lua e as estrelas, a bela ordem das sucessivas estações, as poderosas montanhas coroadas de neve, as majestosas árvores, e várias outras maravilhas da Natureza, as quais testemunham uma capacidade além da compreensão humana. Mediante essas obras do Todo-poderoso, levaram os apóstolos o espírito dos gentios à contemplação do grande Governador do Universo. Atos dos Apóstolos, pág. 180.
Tratar de Princípios Fundamentais e Práticos
Paulo era um orador eloqüente. Antes de sua conversão havia ele muitas vezes procurado impressionar seus ouvintes com rasgos de oratória. Mas agora pusera tudo isto de lado. Em vez de se demorar em descrições poéticas e fantasiosas representações, que poderiam lisonjear os sentidos e alimentar a imaginação, mas que não encontrariam eco na experiência diária, buscava ele pelo uso de linguagem simples, convencer os corações com as verdades de importância vital. Representações fantasistas da verdade podem provocar um êxtase dos sentidos, mas não raro, verdades apresentadas desta maneira não suprem o alimento necessário ao fortalecimento e robustecimento do crente para as batalhas da vida. As necessidades imediatas, as provas presentes das almas em conflito, devem ser enfrentadas com instrução prática e sadia com base nos princípios fundamentais do cristianismo. Atos dos Apóstolos, págs. 251 e 252.
Apegar-se à Verdade Afirmativa
Muitas vezes, ao procurardes apresentar a verdade, despertar-se-á oposição; mas, se tentardes enfrentá-la com argumentos, haveis unicamente de multiplicá-la, o que não podeis permitir. Apegai-vos à afirmativa. Anjos de Deus vos observam, e sabem como impressionar aqueles cuja oposição vos recusais a enfrentar com argumentos. Não insistais nos pontos negativos das questões que surgem, mas reuni em vossa mente verdades afirmativas, aí fixando-as mediante muito estudo, fervorosa oração e um coração consagrado. Obreiros Evangélicos, pág. 358.
Representantes nos Centros de Comunicação
Os que, em resposta ao chamado do momento, entraram para o serviço do Obreiro-Mestre, bem podem estudar Seus métodos de trabalho. Durante Seu ministério terrestre, o Salvador prevaleceu-Se das oportunidades encontradas ao longo dos grandes centros de comunicação. Foi em Cafarnaum que Jesus ficava nos intervalos de Suas viagens para cá e para lá, e tornou-se conhecida como "Sua cidade". Essa cidade bem se adaptava a ser o centro do trabalho do Salvador. Achando-se na estrada principal de Damasco a Jerusalém e ao Egito, assim como para o Mar Mediterrâneo, era uma grande via de comunicação. Gente de muitas terras passava através da cidade, ou ali se demorava para descansar, em suas jornadas de um lado para o outro. Ali Jesus podia encontrar gente de todas as nações e todas as classes sociais; ricos e grandes, assim como pobres e humildes; e Suas lições seriam levadas a outros países e para muitos lares. Seria deste modo estimulado o estudo das profecias; seria dirigida a atenção para o Salvador, e Sua missão seria levada perante o mundo. Testimonies, vol. 9, pág. 121.
Nas mundialmente afamadas termas balneárias, praias e centros de comércio turístico, onde fervilham muitos milhares de pessoas em busca de saúde e prazer, devem achar-se posicionados pastores e colportores capazes de atrair a atenção das multidões. Estejam esses obreiros alerta à sua oportunidade de apresentar a mensagem para este tempo, e realizem reuniões quando tiverem oportunidade. Sejam ligeiros em aproveitar as oportunidades de falar ao povo. Acompanhados do poder do Espírito Santo, apresentem-se ao povo com a mensagem dada por João Batista: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus." Mat. 3:2. A Palavra de Deus deve ser apresentada com clareza e poder, para que os que têm ouvidos para ouvir, ouçam a verdade. Assim o evangelho da verdade presente será posto no caminho dos que o não conhecem, e será aceito por não poucos, e por eles levado a seus lares em todas as partes do mundo. Obreiros Evangélicos, págs. 352 e 353.
A Ciência do Bom Viver e Parábolas de Jesus são especialmente adaptados ao uso em centros de turismo, e todo o possível deveria ser feito para colocar exemplares dessas obras nas mãos dos que têm tempo e inclinação para ler. Testimonies, vol. 9, pág. 85.
Devem ser estabelecidos restaurantes vegetarianos e salas de tratamentos. Nossos empenhos nesses ramos devem abranger as grandes estâncias balneárias. Como foi ouvida no deserto a voz de João Batista: "Endireitai o caminho do Senhor" (João 1:23), assim tem de a voz dos mensageiros do Senhor ser ouvida nas grandes estâncias balneárias e turísticas. Testimonies, vol. 7, págs. 55 e 56.
Enviados Dois a Dois
Chamando os doze para junto de Si, Jesus ordenou-lhes que fossem dois a dois pelas cidades e aldeias. Nenhum foi mandado sozinho, mas irmão em companhia de irmão, amigo ao lado de amigo. Assim se poderiam auxiliar e animar mutuamente, aconselhando-se entre si, e orando um com o outro, a força de um suprindo a fraqueza do outro. Da mesma maneira enviou Ele posteriormente os setenta. Era o desígnio do Salvador que os mensageiros do evangelho assim se associassem. Teria muito mais êxito a obra evangélica em nossos dias, fosse esse exemplo mais estritamente seguido. O Desejado de Todas as Nações, pág. 350.
Viagens Médico-Evangelísticas
Segundo as instruções que o Senhor me deu várias vezes, sei que alguns obreiros deveriam visitar cidades e vilas no desempenho do trabalho médico-missionário. Os que assim procederem conseguirão uma rica colheita, tanto das classes mais elevadas da sociedade como das mais humildes. E o caminho para esse trabalho é melhor preparado pelos esforços dos fiéis colportores. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 370.
Missionários Médico-Evangelistas
Precisa-se agora de obreiros evangelistas médico-missionários. Não podeis dedicar anos ao vosso preparo. Logo portas que agora estão abertas haverão de fechar-se para sempre. Proclamai a mensagem agora. Não espereis, dando com isso oportunidade a que o inimigo se aposse do campo que está agora ao vosso alcance. Grupos pequenos devem ir fazer o trabalho de que Cristo incumbiu os Seus discípulos. Trabalhem como evangelistas, disseminando a nossa literatura, e falando da verdade às pessoas que encontrem. Orem pelos doentes, provendo-lhes as necessidades, não com drogas, mas com remédios naturais, ensinando-lhes a recuperar a saúde e evitar a doença. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 371.
Irmãos e irmãs, dedicai-vos ao Senhor para o serviço. Não permitais que passe oportunidade alguma desaproveitada. Visitai os doentes e sofredores, e manifestai-lhes bondoso interesse. Se possível, fazei alguma coisa para os cercar de mais conforto. Podereis assim conquistar-lhes o coração, e dizer uma palavra em favor de Cristo. Somente a eternidade poderá revelar de quanto alcance pode ser esta espécie de trabalho. Outros ramos de utilidade se abrirão perante os que estão dispostos a cumprir o dever que lhes fica mais perto. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 302.
Educação Industrial
Há multidões de famílias pobres pelas quais não se poderia fazer nenhum melhor trabalho missionário do que ajudá-las a se estabelecerem no campo, e aprenderem a tirar dele um meio de vida. A necessidade de tal auxílio e instrução não se limita às cidades. Mesmo no campo, com todas as suas possibilidades quanto a uma vida melhor, multidões de pobres se acham em grande carência. Localidades inteiras estão destituídas de educação em assuntos industriais e higiênicos. Há famílias morando em choças, com mobília e vestuário deficientes, sem utensílios, sem livros, destituídos tanto de confortos como de meios de cultura. Almas embrutecidas, corpos fracos e mal formados, mostram os resultados da má hereditariedade e dos hábitos errôneos. Essas pessoas devem ser educadas principiando com os próprios fundamentos. Têm vivido uma vida frouxa, ociosa, corrupta, e precisam ser exercitadas nos hábitos corretos. A Ciência do Bom Viver, pág. 192.
Deve-se dar atenção ao estabelecimento de várias indústrias, para que famílias pobres possam assim encontrar colocação. Carpinteiros, ferreiros, enfim todos quantos têm conhecimento de algum ramo de trabalho útil, devem sentir a responsabilidade de ensinar e ajudar o ignorante e o desempregado. A Ciência do Bom Viver, pág. 194.
Os agricultores cristãos podem fazer um verdadeiro trabalho missionário em ajudar os pobres a encontrar um lar no campo, e ensinar-lhes a lavrar o solo e torná-lo produtivo. Ensinai-os a servir-se dos instrumentos de agricultura, a cultivar as várias plantações, a formar pomares e cuidar deles. A Ciência do Bom Viver, pág. 193.
No serviço aos pobres há, para as mulheres, um vasto campo de utilidade, da mesma maneira que para os homens. A eficiente cozinheira, a dona de casa, a costureira, a enfermeira - de todas elas é necessário auxílio. Ensinem-se os membros das famílias pobres a cozinhar, a costurar e remendar sua própria roupa, a tratar dos doentes, a cuidar devidamente da casa. Ensine-se aos meninos e às meninas alguma ocupação útil. A Ciência do Bom Viver, pág. 194.
Convidar o Povo às Reuniões Evangélicas
Há muitas coisas a fazer, uma vez que se tenha a mente dirigida para o trabalho. Muitos há que não irão à igreja ouvir a verdade pregada. Mediante esforços pessoais feitos com simplicidade e sabedoria, estes podem ser persuadidos a se encaminhar à casa de Deus. A convicção pode apoderar-se de seu espírito à primeira vez que ouçam um sermão sobre a verdade presente. Se vosso convite for recusado, não desanimeis. Perseverai até que o êxito venha coroar vossos esforços. Review and Herald, 10 de junho de 1880.
Na Escola Sabatina
Outra obra em que todos se podem empenhar é trazer crianças e jovens à Escola Sabatina. Os jovens podem, assim, trabalhar eficazmente pelo querido Salvador. Podem influenciar no destino de outras almas. Eles prestarão um serviço à igreja e ao mundo, serviço cuja extensão e grandeza só o dia do ajuste final dará a conhecer, quando o "Bem está" for dirigido aos bons e fiéis. Mat. 25:21. Review and Herald, 10 de junho de 1880.
Pela Pena e Pela Voz
Com a pena e a voz proclamai que Jesus vive para fazer intercessão por nós. Uni-vos ao grande Obreiro-Mestre, segui o abnegado Redentor através de Sua peregrinação de amor na Terra. Review and Herald, 24 de janeiro de 1893.
Alguns trabalharão de um modo, e outros doutro, conforme o Senhor os chamar e guiar. Mas devem todos lutar juntos, procurar fazer do trabalho uma unidade perfeita. Pela pena e pela viva voz devem trabalhar para Deus. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 294.
Falai, orai, cantai acerca de Cristo crucificado, e isso comoverá e cativará corações. Testimonies, vol. 6, pág. 67.
A pena é um poder nas mãos dos homens que sentem a verdade a arder no altar de seu coração, e que têm em favor de Deus um zelo inteligente, equilibrado com um juízo são. A pena, mergulhada na fonte da verdade pura, pode enviar raios de luz aos cantos escuros da Terra, que refletirão os raios, acrescentando-lhes novo poder, e aumentando a luz, para ser disseminada por toda parte. Life Sketches, pág. 214.
Nossos pastores não devem consagrar todas as suas energias a pregar sermões, e deixar que a obra fique nisso. Devem instruir os membros da igreja a manter e levar avante com êxito este ramo da obra [correspondência missionária], o qual é para nossa sociedade de publicações e missionária como uma roda dentro de outra roda. O movimento desta roda interior mantém numa poderosa e sadia ação a roda exterior. Que a roda interna cesse de operar, e o resultado se manifestará na diminuição de vida e atividade nas ditas sociedades. Review and Herald, 10 de junho de 1880.
Não vos canseis do vigilante trabalho missionário. Todos vós vos podeis empenhar nesta obra com êxito, se tão-somente vos puserdes em comunhão com Deus. Antes de escrever cartas de consulta, elevai sempre o coração a Deus em oração, a fim de que sejais bem-sucedidos em ajuntar alguns ramos silvestres para serem enxertados na videira verdadeira, e produzirem frutos para a glória de Deus. Todo aquele que, de coração humilde, toma parte nesta obra, educar-se-á continuamente como obreiro na vinha do Senhor. Review and Herald, 10 de junho de 1880.
"Serviço Cristão", cap. 10, Ellen G. White